MARIELA PITANGA RAMOS
Comunicação de Risco e Engajamento Comunitário em Desastres
Nos últimos dez anos, o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) registrou 15 eventos que impactaram diretamente 8.885 pessoas em Alegre.

O município de Alegre, devido às suas características geográficas singulares, como vasta rede hidrográfica, relevo acidentado e elevado, torna-se especialmente suscetível a erosões, deslizamentos de terra e inundações, sobretudo no período chuvoso, enfrentando desafios significativos relacionados a desastres. Os desastres caracterizam-se como acontecimentos trágicos que causam perdas e danos súbitos, desorganizando a rotina de uma coletividade, e podem ser categorizados em naturais e tecnológicos.
Os desastres naturais incluem fenômenos como chuvas intensas, secas, furacões, tornados e terremotos. Já os desastres tecnológicos, por sua vez, resultam de ações humanas, como o rompimento de barragens, poluição de rios por produtos químicos e acidentes nucleares e radiológicos, entre outros.
Nos últimos dez anos, o Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) registrou 15 eventos que impactaram diretamente 8.885 pessoas em Alegre. Esses eventos ressaltam a urgência de estratégias que integrem comunicação eficaz, engajamento comunitário e ações preventivas voltadas para a saúde coletiva.
Comunicação de Risco e Engajamento Comunitário
A comunicação de risco é um pilar essencial para mitigar os impactos dos desastres. Mais do que simplesmente divulgar informações, ela visa conscientizar e capacitar as pessoas, permitindo decisões informadas e responsáveis diante de ameaças. Em situações de emergência, como chuvas intensas, é crucial que as mensagens sejam claras, acessíveis e culturalmente adaptadas à realidade local, alcançando todas as camadas da população. Estratégias como campanhas de conscientização, uso eficiente das redes sociais, canais de comunicação local e a mobilização de lideranças comunitárias podem salvar vidas e reduzir danos significativamente.
O engajamento comunitário, por sua vez, é uma força indispensável na construção de uma sociedade mais preparada e resiliente. Esse processo colaborativo envolve a participação ativa dos cidadãos na identificação de riscos, no planejamento de ações preventivas e na resposta a emergências. Iniciativas como treinamentos, simulações de desastres e a troca de saberes entre comunidades, movimentos sociais e instituições públicas são fundamentais para fortalecer a capacidade de enfrentamento local. Essas ações não apenas ampliam a conscientização, mas também reforçam o papel ativo dos moradores, criando redes de apoio mútuo que tornam a gestão de desastres mais eficiente e sustentável.
Garantir o direito à comunicação, consagrado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, é crucial em contextos de emergência, como no caso de desastres. O acesso inclusivo e diversificado à informação não é apenas uma questão de justiça social, mas uma necessidade prática. Sistemas de alerta precoce, aliados à mobilização social e estratégias de comunicação de risco, podem transformar cenários de vulnerabilidade em exemplos de organização e resiliência.
O futuro de Alegre depende de ações integradas que combinem saúde coletiva, comunicação de risco e engajamento comunitário. Um esforço conjunto entre gestores públicos, instituições de ensino e a sociedade civil é fundamental para enfrentar os desafios impostos pelos desastres naturais, garantindo uma resposta mais eficiente e um futuro mais seguro e sustentável.
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