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Alegre,30/04/2025

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MARIELA PITANGA RAMOS

Em defesa do SUS

Apesar de seus inegáveis avanços, o SUS ainda é alvo de desinformação, críticas infundadas e tentativas constantes de desvalorização.


Em defesa do SUS

Há quase quatro décadas, o Brasil mudou seu rumo com a criação de um dos maiores e mais abrangentes sistemas públicos de saúde do mundo: o Sistema Único de Saúde (SUS). Para muitos, esse nome é tão cotidiano quanto invisível, mas para quem conhece a realidade do país antes de 1990, o SUS representa um verdadeiro divisor de águas entre a exclusão e o direito.

Antes do SUS, saúde pública no Brasil era privilégio de poucos. Quem não tinha condições financeiras, simplesmente não tinha acesso à atenção médica. Convênios médicos eram inexistentes e o atendimento público era fragmentado, ineficiente e profundamente desigual. Essa realidade começou a mudar com o movimento da Reforma Sanitária Brasileira (RSB), nascido da sociedade civil e dos profissionais de saúde comprometidos com a redemocratização do país e com a luta por um direito essencial: o acesso universal à saúde.

A partir da Constituição Federal de 1988, o SUS foi consolidado como uma conquista histórica, baseado em princípios que transformaram o cuidado à saúde em um direito de todos e dever do Estado. Universalidade, integralidade, igualdade, descentralização e participação social não são apenas palavras — são pilares que sustentam o funcionamento de um sistema que salva vidas todos os dias.

É importante lembrar que o SUS não é apenas o posto de saúde da esquina ou o hospital de emergência. É também o responsável pela maior campanha de vacinação gratuita do planeta, pelo controle de doenças epidêmicas, pelo atendimento de alta complexidade como transplantes e tratamentos oncológicos, e pela articulação de políticas públicas que promovem saúde em todos os cantos do país.

Apesar de seus inegáveis avanços, o SUS ainda é alvo de desinformação, críticas infundadas e tentativas constantes de desvalorização. É verdade que o sistema enfrenta desafios, como a escassez de recursos, a má gestão em algumas localidades e a sobrecarga dos serviços. Mas esses problemas não são motivos para enfraquecer o SUS — são, na verdade, razões para fortalecê-lo.

Desvalorizar o SUS é ignorar sua história, sua importância social e o papel vital que desempenhou — e ainda desempenha — em momentos críticos, como a pandemia de Covid-19. É esquecer que, mesmo com todas as dificuldades, ele garante acesso à saúde a todos, sem distinção de classe, cor ou religião. É apagar o esforço diário de milhões de profissionais que, com comprometimento e competência, fazem o sistema funcionar.

O SUS é, antes de tudo, uma conquista popular. Um modelo que inspira o mundo e que só continuará a evoluir com a defesa ativa da sociedade. Valorizar o SUS é valorizar a vida, é proteger o direito de todos a uma saúde digna, humana e igualitária. O caminho não é a privatização ou o abandono — é o investimento, o aprimoramento e o respeito a uma das maiores expressões de cidadania que o Brasil já construiu.



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