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Alegre,30/04/2025

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MARCOS CÂNDIDO MENDONÇA

Os primeiros moradores da Cachoeira da Fumaça

Um registo de terras, datado de 20 de julho de 1855, não deixa dúvidas sobre a existência de moradores no local já na época.

Revista Vida Capichaba. Oferecida por Ronald Mansur.
Os primeiros moradores da Cachoeira da Fumaça Foto da Cachoeira da Fumaça, em 1929.

No dia 19 de fevereiro, o Parque Cachoeira da Fumaça completa mais um ano de existência. A Cachoeira da Fumaça, que dá nome ao parque, é conhecida por sua queda d’água de 144 m de altura. Nos dias de maior volume de água, a queda cria uma “fumaça” de gotículas d’água, daí o sugestivo nome. Além de sua beleza é uma catarata ameaçadora, por isso, em ocorrência de chuvas intensas a visitação é interrompida.

Atualmente, a Cachoeira da Fumaça integra o Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, que reúne uma área de 27 hectares entre os municípios de Alegre e Ibitirama. A trajetória para a criação do parque começou em 1984, com a desapropriação de uma área pelo Governo do Estado do Espírito Santo, através do Decreto Nº 2.791-ES.

Porém, essa primeira iniciativa não incluía a Cachoeira da Fumaça. Foi apenas com a criação do Parque Estadual Cachoeira da Fumaça, em 19 de fevereiro de 2009, pelo Decreto Nº 2.220, que a cachoeira foi incluída na área de preservação ambiental, quando unificou a cachoeira e algumas áreas florestais nas margens do rio Braço Norte Direito, como explica Leoni Contaifer*.

Se hoje não há moradores vivendo na vizinhança próxima da cachoeira, não significa que sempre foi assim. Um registo de terras, datado de 20 de julho de 1855, não deixa dúvidas sobre o fato. Nesse documento, que se encontra no Arquivo Público do Estado Espírito Santo, o Sr. Domingos Lemes Barboza declarava que era possuidor de uma “sorte de terras” na Cachoeira da Fumaça, que adquiriu por compra e onde achava-se estabelecido com plantação de café. A mencionada propriedade divisava com outros proprietários, a saber Domiciano José de Sant’Anna, Thomaz Pereira, e João Matheus Gonçalves. Esses homens foram alguns dos primeiros moradores vizinhos a Cachoeira da Fumaça.

O registro também mostra que a cachoeira era conhecida pelo atual nome desde o início da ocupação das terras na região do Caparaó. Além disso, a popularidade da cachoeira é tão antiga quanto o seu nome, como revela uma fotografia de 1929, publicada na distinta revista “Vida Capichaba”, mostrando diversas pessoas reunidas tendo ao fundo a Cachoeira da Fumaça. Conclui-se disso tudo, que a Cachoeira da Fumaça, além de ser conhecida desde o século XIX, sempre chamou a atenção por sua beleza em forma de “fumaça” d’água.


* Reportagem do Governo do Estado do Espírito Santo, em 24 de agosto de 2021.


Marcos Cândido Mendonça é doutor e mestre em Geografia pela Ufes. É autor do livro “O vale do Itabapoana: perspectiva e trajetórias familiares da história do sul capixaba (1820-1960)”. Adquira o livro pela página do @arquivoguacui no Instagram.



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