O Brasil está entre os países com o maior número de casos de depressão no mundo. Na América Latina, é o país com o maior índice, e no cenário global, só perde para os Estados Unidos. Segundo dados mais recentes da OMS (Organização Mundial da Saúde), 5,8% da população brasileira sofre de depressão, o que equivale a cerca de 11,7 milhões de brasileiros. A depressão é uma das doenças mais incapacitantes, e a previsão é de que, até 2030, ela seja uma das principais causas de perda de vidas no mundo.

O fato é que o mundo está adoecendo porque estamos nos desconectando de nós mesmos. Sabemos muito sobre o que acontece ao nosso redor, mas pouco sobre nós mesmos. Muitas vezes, sentimos as emoções, que são reações físicas do corpo, sem saber qual sentimento essas reações despertam. Isso acontece porque não fomos ensinados a identificar, nomear e lidar com nossos sentimentos.

As gerações que nos antecederam também não aprenderam, e, por isso, vivemos em um ciclo. Fomos estimulados a desenvolver o QI (inteligência intelectual), mas faltou-nos o desenvolvimento do QE (inteligência emocional) para lidar com as adversidades da vida.

A depressão tem raízes profundas e provoca sentimentos como tristeza, vazio, desesperança, culpa, inutilidade, entre outros. Como consequência, o indivíduo pode perder o interesse por atividades que antes gostava, apresentar alterações no apetite e no peso (aumento ou perda significativa), ter problemas com o sono (insônia ou hipersonia), sentir fadiga ou falta de energia, e até perder a vontade de viver. Enfrentar esses sentimentos intensos gera uma frustração enorme, e o indivíduo se sente preso, incapaz de escapar desse sofrimento.

A chave para a cura está na reconexão consigo mesmo, na integração entre corpo e mente. É necessário compreender o que sentimos, permitir-se sentir, acolher e ressignificar essas emoções. Nossos sistemas de crenças e valores geram, muitas vezes de forma inconsciente, mecanismos de defesa que nos impedem de sair desse emaranhado emocional.

Por isso, buscar ajuda profissional é fundamental. O processo terapêutico funciona como um bálsamo, com o objetivo de resgatar o indivíduo e reconectá-lo com sua essência. Esse processo ajuda a entender o que falta dentro de nós, para que possamos nos nutrir e nos acolher com amorosidade. Há lacunas que só nós mesmos podemos preencher, e isso só acontece quando nos permitimos esse acolhimento interno.

A escolha é sua. A depressão pode dominá-lo, ou você pode encontrar nela uma oportunidade de transformação. Está em suas mãos o poder de se curar e, ao fazer isso, salvar também as próximas gerações.

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