No dia 30 de abril, o Brasil celebra o Dia Nacional da Mulher, uma data criada em homenagem ao nascimento de Jerônima Mesquita, uma das grandes líderes do movimento feminista no país. A escolha da data, oficializada pela Lei nº 6.791 de 1980, é um reconhecimento à trajetória dessa mineira que dedicou sua vida à defesa dos direitos das mulheres e à promoção de sua participação na vida pública e social.

Jerônima nasceu em 1880, em Leopoldina (MG), em uma família de elite, o que lhe proporcionou acesso à educação e à cultura. Durante a Primeira Guerra Mundial, atuou como voluntária da Cruz Vermelha em Paris e na Suíça, experiência que marcou profundamente sua visão sobre solidariedade, saúde e justiça social. Ao retornar ao Brasil, passou a liderar ações em defesa das mulheres, tornando-se uma figura essencial para o avanço da igualdade de gênero.

Em 1922, ela cofundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), ao lado de outras figuras emblemáticas como Bertha Lutz. A entidade teve papel decisivo na conquista do direito ao voto feminino, que foi garantido no Brasil em 1932. Anos depois, em 1947, Jerônima também participou da criação do Conselho Nacional das Mulheres, ampliando o debate sobre o papel feminino no desenvolvimento do país.

Outra de suas grandes contribuições foi a introdução do Movimento Bandeirante no Brasil, em 1919. Inspirado nas Girl Guides europeias, o movimento buscava formar meninas e jovens mulheres com valores de responsabilidade, liderança e cidadania. A ação educacional de Jerônima impactou gerações e contribuiu diretamente para a construção de uma sociedade mais justa.

Jerônima Mesquita faleceu em 11 de dezembro de 1972, mas seu legado permanece vivo. Ao celebrar o Dia Nacional da Mulher, o Brasil reverencia não apenas sua história, mas também reforça a importância da luta contínua por direitos iguais, oportunidades e respeito à dignidade de todas as mulheres.